Olá Viajantes, vamos para Pistoia no Monumento Votivo,
Pistoia é uma cidade da região da Toscana na Itália, com mais de 80 mil habitantes. Está entre Florença e Lucca. Não é difícil de conhece-la, com poucas horas se é possível ver seus pontos turísticos mais conhecidos. A cidade é muito antiga e mantem seus monumentos em bom estado de conservação, seus jardins muito bem cuidados e um povo acolhedor.
Na Piazza Duomo estão os edifícios mais importantes da cidade. O Pallazzo Comunale, o Museu Cívico de Pistoia, Catedral de S. Zeno, Basílica della Maddona dell’Umiltà, Battistero di S. Giovanni in Corte, que são edifícios que lembram os de Florença, claro que em miniatura. Mas fomos até lá não com o objetivo de conhecer seus pontos turísticos e sim o que existe de mais importante na cidade para nós brasileiros. Nela se localiza o Monumento Votivo Militar Brasileiro, o Cemitério de Pistóia, onde foram enterrados os soldados brasileiros da Força Expedicionária Brasileira a FEB. Soldados que lutaram na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos Aliados.
Chegamos na cidade vindo de Florença, em direção a Milão. Estávamos de carro que locamos pela Rentcars, que é a melhor opção para fugir do IOF, já que se pode fazer o pagamento pelo cartão de crédito ainda no Brasil. Pegamos o carro em Bari http://andiamoblogviagens.com.br/bari-italia/ e entregamos em Milão: http://andiamoblogviagens.com.br/milao-italia/ deu tudo certo e valeu a pena!!
Chegando em Pistoia colocamos o endereço do Monumento Votivo no GPS: Via delle Sei Arcole, 51100. Mesmo que não tivéssemos o GPS, não seria difícil de encontrar, porque qualquer morador da cidade, sabe a localização. Fica um pouco afastado do centro da cidade, em um local que parece Zona Rural. Está tudo muito bem cuidado e é administrado com muito respeito e carinho pelo Sr. Mario Pereira, com recursos do governo brasileiro. Ele é filho de um brasileiro, o sargento Miguel Pereira, que fazia parte da FEB. Seu pai foi um dos criadores do Monumento. Posteriormente após a sua morte, o filho que é italiano, filho de uma italiana que seu pai conheceu durante a Guerra. Lindo né!! Passou a ser o administrador.
Não há como não se emocionar diante deste lindo Memorial. Todo Brasileiro na Itália deveria fazer uma visita a este monumento. Chegar ali e ver a bandeira brasileira tremulando na entrada já é emocionante. Erguido em memória aos nossos bravos Pracinhas. Brasileiros que lutaram em defesa da Liberdade nos campos da Itália na Segunda Grande Guerra Mundial. Me senti envergonhada em saber que já era a minha sexta vez na Itália e só desta, ter ido visitar o local. Mario Pereira acompanha a visita sendo previamente agendada. Infelizmente, não fiz isto. Mas, já li relatos de brasileiros que tiveram esta oportunidade e são só elogios. Em sua companhia é possível fazer uma comovente viagem ao passado com o testemunho de alguém que é filho de um combatente e um pesquisador apaixonado pelo assunto.
Além do monumento estão as lápides daqueles que morreram em solo italiano, embora os corpos já transladados, as lápides ainda se mantem! Os corpos foram transferidos em 1960, os 449 corpos, para o Aterro do Flamengo, “Monumento aos Mortos na Segunda Guerra Mundial”, no Rio de Janeiro. O único combatente do Brasil na Segunda Guerra Mundial ainda enterrado no Memorial do Soldado Brasileiro está à espera de identificação até hoje. Outros soldados, 15 no total, ainda estão desaparecidos. “O soldado desconhecido representa todos os brasileiros que vieram aqui lutar pela paz” diz Mário Pereira o “guardião” do Monumento Votivo.
O soldado desconhecido só foi encontrado em 1967, quando um idoso da cidade de Montese compareceu a uma solenidade militar brasileira e disse que sabia onde estava o corpo.
O italiano disse aos militares que, durante uma batalha na cidade de Montese, encontrou um soldado brasileiro morto na mata. Como passava por dificuldades por causa da guerra, roubou-lhe as botas e o relógio e depois o enterrou com a ajuda do pai, em meio a escombros, naquela cidade. A ossada encontrada sob um monte de entulho tinha vestígios de fardamento brasileiro, mas não estava com as plaquetas de identificação dos soldados e nem portava documentos. Assim está relatado por Mateus Parreiras na Folha de São Paulo de dezembro de 2010.
Alem do Monumento Votivo, existe um pequeno museu, com detalhes da época da guerra. O muro em Mármore com os nomes de todos aqueles que tombaram e um espelho d’água muito bem cuidado, faz um casamento perfeito e nos convida a refletir sobre o sofrimento de todos aqueles jovens rapazes. Cinco anos depois que os corpos foram transferidos para o Brasil, deu início em Pistoia a construção do Monumento Votivo. Inaugurado em 1967, com projeto do arquiteto brasileiro Olavo Redig de Campos, representando a única nação do continente sul-americano que participou do conflito.
O local é caraterizado por uma grande avenida pavimentada com mármore gravado com os locais das batalhas que soldados brasileiros lutaram contra os nazistas. A estrada leva ao monumento de concreto armado, onde na base foi colocado “o fogo eterno”, uma chama acesa ininterruptamente, um significado emblemático para lembrar os nossos heróis na Itália.
Depois que navios mercantes brasileiros foram afundados por submarinos alemães em 1942, a população brasileira exigiu uma postura partidária do então presidente Getúlio Vargas. Daí o Brasil entrou na guerra com os Aliados. Sob o comando do general João Batista Mascarenhas de Morais. Foram 25 mil brasileiros, seu desembarque ocorreu em Nápoles http://andiamoblogviagens.com.br/napoles-italia/ em troca da participação brasileira, os Estados Unidos construíram uma base no Nordeste e financiaram a Siderúrgica de Volta Redonda. Portanto nossos combatentes tiveram indiretamente uma enorme contribuição com o desenvolvimento do país.
Vários soldados brasileiros eram descendentes de italianos e em sua maioria se alistavam voluntariamente, sendo o estado do Paraná um dos que mais contribuíram com mais de mil inscritos. Alem dos soldados, foram 60 enfermeiras.
Os brasileiros nunca perderam o próprio jeito, que é famoso no mundo inteiro. Humilde, acolhedor, carinhoso e generoso. Não existe registro de qualquer problemas de desrespeito ou algo desse tipo com a população da Itália. Algo que não se pode dizer de outras tropas. Principalmente em relação as mocinhas da época, que seus pais muitas vezes as escondiam. Durante todo o período, os brasileiros desenvolveram uma amizade profunda com a população da região.
Mesmo sendo proibido por código de guerra, os pracinhas brasileiros alimentavam os civis e ofereciam assistência médica. Ainda hoje em alguns locais é lembrado pelos mais velhos, como funcionavam as três cozinhas dos Aliados: ingleses queimavam a comida que sobrava, americanos cobrava e os brasileiros primeiro dava às crianças e depois a eles mesmos.
Muitos contam que quando os brasileiros chegavam era festa, porque chegava comida, paz e alegria. Existem relatos de brasileiros que visitam os monumentos e algumas pessoas da região se aproximam para agradecer tudo que fizeram pelos seus antepassados.
Algo surpreendente que aconteceu no pós guerra e que vale lembrar, foi o casamento de cinquenta soldados. Foi organizado pelo governo brasileiro um navio, o “Navio das Esposas”, para trazer as cinquenta noivas italianas ao Rio de Janeiro, com festas e tudo mais. Lindo né!!
O Monumento Votivo Militar não é o único que lembra nossos pracinhas. Existem vários outros e todos muito significativos para nós e principalmente para os italianos. Tendo oportunidade e pretendo em breve também fazer este percurso, vale a pena visitá-los, são eles: Monumento ai Caduti Brasiliani, em Monte Castello, Museo Storico di Montese, Porreta Terme, Gaggio Montano, Montese, Fornovo e Parma
Com a construção dos monumentos, a história da Guerra será lembrada e nossos laços de amizade, entre a população italiana e brasileira será consolidada. Todos os outros monumentos, exceto o Votivo de Pistoia, são da década de 90. Pois em 1995 se comemorou os 50 anos do final da Guerra. O único Monumento na Itália reconhecido pelo Governo brasileiro é o Votivo, pois todos os demais monumentos foram oferecidos pela população e administrações locais. Acredito que o Monumento Votivo se iniciou muito antes de 1967, data da sua inauguração, pois em 2 de dezembro de 1944, cerca de setenta mortos da FEB, foram sepultados. Nascia aí o primeiro cemitério de nossos pracinhas.
O local foi cedido generosamente, pela Itália, com a posse perpétua do terreno, os Ministérios da Guerra e das Relações Exteriores deram-se as mãos para construí-lo, inaugurando-o em 6 de junho de 1967. Infelizmente, nossos dirigentes não dão o devido valor aos nossos pracinhas, que é mais cultuada na Itália, mesmo porque o país tem mais cultura histórica.
Nosso bravos soldados chegaram em Nápoles, e de lá transportados por via marítima para Livorno. Lutaram na frente da Linha Gótica nas imediações dos Apeninos Tosco-Emilianos, nas montanhas entre o Estado da Toscana e da Emilia-Romagna. Em pleno inverno que naquele ano foi excessivamente rigoroso. Sim!! Foram bravos heróis que não devem ser esquecidos. Assim como a chama do Monumento que jamais será apagada!!
O símbolo da FEB é uma cobra fumando, uma resposta irônica para aqueles que, no Brasil, diziam que era mais fácil ver uma cobra fumando um cachimbo, que um brasileiro lutar na Segunda Guerra Mundial.
QUANDO IR A PISTOIA
A melhor época é entre março e outubro. Isso se quiser fugir do inverno, que pode chegar a abaixo de zero. Julho e Agosto são meses bem quente e o passeio no Memorial não tem muitas sombras. Mas, nada que atrapalhe o passeio. A vegetação é linda e na Primavera deve ficar ainda mais bonito. Estive em Maio e valeu cada minuto.
Um dos momentos mais bonitos nos dias atuais na Itália é esse vídeo. Na comemoração dos 70 anos do fim da guerra em 2015, crianças italianas cantando em português, a Canção da Força Expedicionária Brasileira, Canção do Expedicionário. Que triste, nossas crianças brasileiras mal sabem o Hino Nacional. A Itália é um país apaixonante!! “A gratidão é fruto de elevada cultura e você jamais a encontrará entre pessoas vulgares.” (Samuel B. Griffith; escritor inglês).
Monumento Votivo Militare Brasiliano
Via delle Sei Arcole – 51100
Pistoia – Toscana – Italia
Contatos: mariopereira.italia@gmail.com – mariopereira@tiscali.it
Site: https://www.adiexitalia.org/ e https://www.facebook.com/MonumentoVotivoMilitareBrasilianoPistoia/
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Obrigada pelo seu trabalho. Sou filha de um Militar que lutou lá, e graças a Deus, voltou.
Parabéns!
Emoção, lembranças.
Sou filha de pracinha. Meu pai lutou neste lugar. Seus olhos verdes mudavam de cor quando contava história da guerra.
Muito obrigada pelo blog. Em outubro de 2018 ele faria 100 anos. Morreu aos 75 anos, sei que a guerra deixou marcar fortes em sua vida e lembro bem quando contava da ajuda feita por ele e seus companheiros distribuindo comida para crianças.
Obrigada por visitar o blog. Seu pai foi um bravo guerreiro. Gostaria de saber mais das histórias dele. Onde nasceu? Qts anos tinha qd foi pra Itália? Como foi a a decisão de partir? Coko ficaram seus pais! Nossa! Queria muito ter tido a oportunidade de poder conversar com ele. Meu avô era filho de italianos e por pouco ele foi pra Guerrra tb.
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Abraços
Mas durante a guerra, quem localizou e construiu o cemitério ?
O 1° Tenente Lafayette Vargas Moreira Brasiliano, Comandante do 1° Pelotão de Sepultamento da Tropa Especial da 1° DIE foi o verdadeiro organizador do Cemitério, tendo como Subcomandante o 2° Tenente Copérnico Arruda Cordeiro e o 2° Tenente Dalton Santos Martins da Costa, que se revezavam no cargo segundo necessidade de serviço.
Agora no dia 12 de julho de 2019, logo cedo, estarei conhecendo enfim o cemitério de Pistóia, que para mim terá uma motivação grande pois tive a hora de conhecer em 1998, e ter como amigo, o então na época Subcomandante e 2º Tenente Copérnico Arruda Cordeiro que foi um dos construtores do cemitério na época do combate.
Procurava algo sobre Pistoia, amei tudo que vi, principalmente as crianças cantando, Um abraço
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