CAMINHO DE SANTIAGO PORTUGUÊS – Espanha

Olá, viajantes,

O Caminho de Santiago na verdade são vários e todos levam a cidade de Santiago de Compostela, uma cidade na região da Galícia, no noroeste da Espanha. Possui cerca de 100 mil habitantes, porem é uma cidade de peregrinação religiosa mundialmente conhecida.  Atualmente cultural e turística que faz com que sua população diária seja bem maior. A cidade possui esse nome em homenagem a Tiago Maior, um dos apóstolos de Jesus. A catedral gigantesca que ocupa grande parte da Plaza del Obradoiro,  guarda  o túmulo de Santiago Maior. O centro histórico da cidade de Santiago de Compostela, bem como o Caminho de Santiago, (primeiro itinerário cultural europeu) são declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO. Os Caminhos de Santiago foram  utilizados pelos cristãos católicos da Idade Média, para adquirirem indulgências, foi praticamente abandonado no decorrer dos anos, retornando seu crescimento depois dos anos 80, agora mais como motivo cultural, turístico e desportista do que religioso. O Caminho de Santiago Português é um dos mais bonitos!!

Os caminhos ocupam toda a Europa, sendo o mais famoso  conhecido como o Caminho Francês, saindo de Saint-Jean-Pied-de-Port, com 800 km, mas todos se encontram em Santiago de Compostela. O Caminho de Santiago Português é geralmente feito a pé, mas também pode ser feito de bicicleta ou  a cavalo. Os peregrinos, nome dado aos que fazem o caminho, tem como símbolo uma Vieira, que é uma concha.  Esse símbolo é muito antigo e já era utilizado pelos  que peregrinavam a Finisterra, uma cidade que está a 100 km de Santiago de Compostela e que era considerado o fim do mundo.


O Caminho de Santiago Português ou Caminho Português é a rota utilizada saindo de Portugal. São vários caminhos, o Primitivo, o que vai pela costa e o que vai pelo interior. A ideia de fazer o caminho veio de um programa televisivo, como já vinha participando de corridas e fazendo 10 km,  desafiei meu marido em fazer o Caminho e ele topou. Comecei a pesquisar e me apaixonar. Logo descobri o Caminho português, que passa pela Galícia, daí a oportunidade de unir o útil ao agradável, poderia ir em Monção do Minho, cidade do meu bisavô. E lá fomos nós!! Posso afirmar que foi a melhor viagem que fizemos. Nunca esquecerei e com certeza voltamos outra pessoa.

O objetivo não teve cunho religioso, mas não tem como não pensar nas dificuldades que os cristãos antigos tiveram para propagar o evangelho e hoje devemos continuar essa missão. Decidimos sair de Valença em Portugal, porque seria o mínimo para conseguirmos a Compostela, que é tipo um diploma escrito em letras medievais, que é dado para quem faz no mínimo 100 km, a pé, 200 km a cavalo e 300 km de bicicleta. Isso deve ser comprovado através de um  passaporte que é adquirido pela Associação de  Confrades e Amigos do Caminho de Santiago em São Paulo https://www.santiago.org.br/  ou em qualquer igreja do caminho. O primeiro carimbo será dado por eles.

                      

Neste passaporte você terá que ter um carimbo por dia, ou dois carimbos caso seja o percurso todo. Esses carimbos são dados nas igrejas, hotéis, bares, restaurantes e lojas.

Iniciamos o Caminho por Monção do Minho, pois dormimos nesta cidade. Cidade que meu bisavô materno nasceu e que eu gostaria  muito conhecer. Fica bem próximo com a divisa da Espanha, do lado do Rio Minho, a 17  km de Valença do Minho. Região belíssima! Meu bisavô veio para o Brasil e encontrou minha bisavó no navio que era italiana e se apaixonaram. Ele tinha outros planos mas, preferiu ir atrás da família da amada. Se casaram  e constituíram uma grande família. Não poderia de deixar de ir. Foi uma emoção e tanto. Valeu Manoel Alfonso.

A  peregrinação a Santiago de Compostela teve em Portugal um grande crescimento, o povo português partiam de Lisboa, Coimbra, Porto e Braga. De Lisboa a Santiago de Compostela são 640 km. O início do caminho saindo de Lisboa é bem difícil, com rodovias, sinalização confusa, melhorando depois de Porto. Como o nosso objetivo seria fazer em no máximo uma semana, pois ainda queríamos andar pela Europa. A escolha foi em fazer o mínimo e ter o gostinho do que é o Caminho de Santiago e posso garantir que foi excelente!!

Os laços que unem Portugal e a Galícia se aprofundaram no decorrer dos séculos ainda mais com o Caminho de Santiago, favorecendo um intercâmbio cultural, econômico, linguístico, social e religioso. No Caminho Português de Santiago, encontramos bosques, campos agrícolas, parreiras, vilas, cidades históricas e medievais, pontes romanas, nascentes de águas limpas e cristalinas, montes e muitos peregrinos.

O início do Caminho para nós e para a maioria dos peregrinos que fazem o caminho português tem como início a cidade de Valença do lado de Portugal e Tuí do lado da Espanha, o que as dividem é apenas o rio Minho. A primeira vez que vimos a Vieira, o símbolo do caminho, foi logo depois que atravessamos a ponte que divide os dois países. Já no lado da Espanha uma linda placa. Enfim, estávamos no caminho certo!! Já na Galícia o idioma é o galego, muito parecido com o português.

Distâncias diárias percorridas

Primeiro dia

Valença do Minho a Tuí – apenas a travessia da ponte que divide Portugal e Espanha

Tuí a Porrino – 15 km

Segundo dia

Porriño a Redondela – 17 km

Terceiro dia

Redondela a Santomayor – 10 km

Redondela a Pontevedra – 9 km

Quarto dia

Pontevedra a Caldas dos Reis – 18 km

Quinto dia

Caldas dos Reis a Padron 24 km

Sexto dia

Padron a Teo – 10 km

Teo a Santiago de Compostela – 13 km

 

  • Valença, Tuí a Porriño

O início do caminho se  dá em Valença após atravessar a ponte metálica . Atravessando  a ponte já estamos na Espanha. No meio da ponte dê uma paradinha e olhe para Portugal, você irá se assustar com a vista da Fortaleza. Linda! o Rio Minho também é limpíssimo. Tire uma foto o visual é fotogênico!  Assim que pisar no país da Espanha não queira chancelar o seu passaporte na alfândega, eles não fazem!! Na direita já está a placa do caminho com as setas que nos acompanhará pelo resto do percurso. Tem a opção de passar pelo meio da cidade, mas nós viramos a direita e seguimos o fluxo do rio margeando a cidade.  Em seguida tem um hotel de luxo,  que na recepção eles carimbam o passaporte. http://www.parador.es/es/paradores/parador-de-tui  Em seguida ao passar ao lado do Minho,  se avistará igrejas centenárias.

 

Não se preocupe se errar o caminho. Logo alguém lhe informará a direção ou aparecerá a Vieira ou a seta amarela.  Após a cidade terminar, você se sentirá enfim no Caminho, por trilhas e bosques verdejantes. com pontes construídas pelos romanos. Em Tuí também tem um excelente albergue. No nosso caso optamos por hotéis, os preços não são exorbitantes e teríamos mais privacidade.

O caminho é fácil, pois  o pior estaria por vir. Sim! serão 5 kms de vias asfálticas  sem nenhuma sombra. É o distrito industrial de Porriño. O trânsito é intenso e cheio de caminhões. A paisagem é a mesma, só industrias e caminhões. Muito complicado!!  No dia que fizemos por ter saído um pouco mais tarde, iniciamos em Monção do Minho,  passamos por esta região quando o sol estava escaldante, um calor infernal e só se via postes e uma via que não acabava mais. Ainda bem que eu já tinha lido a respeito e sabia que seria assim.

Caso vá utilizar esse Caminho, saia bem cedinho para evitar o percurso no horário que o sol esteja forte. Chegamos no centro da cidade e já encontramos nosso hotel. Um hotel simples mas que atendeu todas as nossas necessidades. Bem pertinho do burburinho da cidade. Almoçamos, tomamos banho e dormimos a tarde inteira. Depois fomos fazer o que todos fazem, andar pelas ruas, sentar nas praças e conversar. Compramos frutas, água e nosso café da manhã. Sairíamos bem cedinho no próximo dia. Do lado do hotel tem uma pracinha  com  as indicações do Caminho de Santiago. Foi só seguir!! Porriño é uma cidade de cerca de 20 mil habitantes, muito antiga com vestígios da época paleolítica, banhada pelo rio Louro, tem até uma praia fluvial. Ficamos hospedados no hotel: https://www.hotelparqueporrino.es/ reservamos através do booking.com

  •  De Porrino a Redondela

Fique atento, pois existe uma diferença no fuso horário entre Portugal e Espanha de uma hora. Na Espanha é uma hora a mais. O Caminho em Porriño, inicia próximo a uma rodovia, às vezes de um lado às vezes de outro,  conduzindo o peregrino para bosques, trilhas e evitando a margem da rodovia que é de um fluxo muito grande de carros. Encontramos uma subida muito forte e consequentemente uma grande descida. Cruzamos várias vezes pela Via Romana XIX, passamos por bosques e muitos percursos em sombras frescas e nascentes.

Chegamos ao centro da cidade, a cidade é praiana e reservei um hotel em frente a praia. Saimos um pouco do percurso do caminho. Mas, queríamos aproveitar uma vista bacana de frente ao mar da Espanha. Foi uma excelente ideia. Do centro da cidade até o hotel seria uma boa distância. Como já tínhamos cumprido nossa meta, pegamos um táxi até o hotel.  Descansamos e a tarde fomos passear pela praia que é bem bonita. Quando chegamos não tinha muita parte de areia. A tarde a maré tinha baixado e estava espetacular. Com passarelas para chegar ao mar, praia calma e o topless é  permitido. Ficamos no hotel: http://www.hotelantolin.com/?lang=es

Redondela está situada a esquerda da ria de Vigo, em frente à enseada de São Simão, onde está o Arquipélago de São Simão. A  praia de Cesantes é a mais extensa e a parte conhecida como “A Punta da praia”  e nosso hotel ficava bem em frente. Com vários bares e restaurantes de frente a orla.

O hotel oferece serviços especiais para peregrinos do Caminho de Santiago. O restaurante do hotel também é muito bom oferecendo um cardápio típico de frutos do mar. Não se acanhe em perguntar o que vem no prato escolhido. Não tive sorte e acho que comi barbatana de tubarão. Afff!!!

  •  Redondela a Pontevedra

Seriam 19 km,  o Caminho logo de início tem uma grande subida, do lado de uma rodovia.  Após andarmos uns 6 kms já estávamos em Ponte Sampaio, uma cidade bem bonitinha e pequena, muito antiga.   Onde se vê o Castelo de Soutomaior. Erguido em data incerta, é o lugar de origem e o centro de poder de uma das famílias mais significativas da Galicia medieval, os Soutomaior.

Neste dia encontramos vários peregrinos a pé e de bicicleta. A travessia da cidade  é bem agradável, porem com várias subidas, ao sair da cidade pegamos um trecho muito irregular com pedras soltas e muitas subidas.

Pontevedra, é a maior cidade do percurso, com cerca de 83 mil habitantes, a 60 km de Santiago de Compostela.  Logo na chegada tem um escritório de informações turísticas, onde a funcionária era brasileira e disse que não troca a vida na Espanha por nada nesse mundo. Falou muito bem da cidade, morava em Salvador e a vida mudou completamente, podendo inclusive ir para bares com os amigos e voltar a pé sozinha pra casa de madrugada. Uau! muito diferente mesmo.

Ali mesmo carimbamos nossos passaportes. Ela nos deu todas as informações turísticas da cidade, com mapa e nos orientou o caminho para o hotel também. O hotel era no centro da cidade http://www.hotelcomerciopontevedra.com/ bem pertinho de uma praça com umas estátuas de ferro, bem interessante. Pontevedra se orgulha por ter recebido o prêmio Habitat, pela sua qualidade da vida urbana, sendo uma das melhores cidades para se viver na Europa.

É a cidade galega com mais ruas para pedestres e espaços verdes por habitantes. Segundo uma lenda a cidade foi fundada por Teucro, aquele herói da Guerra de Troia, que após ser abandonado pelo pai fundou um assentamento com o nome de Helenes em homenagem a Helena. Depois de passearmos  e curtirmos a cidade, principalmente a Plaza de la Herreria que é muito agradável de ir após a “siesta”.

Cheia de moradores e turistas batendo papo, tomando um drinque ou café,  crianças brincando. Muito bom! Fizemos nossas comprinhas para o dia seguinte e às 10:00 da noite, já estávamos na cama. Era verão e demora a escurecer.  Pontevedra tem muitos pontos turísticos a serem visitados,mas a igreja Capela da Virgem Peregrina é bem especial por ser arredondada em forma da concha Vieira, que é o símbolo do Caminho. Construída em 1778, já teve várias restaurações e tem o título de Bem de Interesse Cultural.

  • Pontevedra a Caldas dos Reis

 Esta é a maior distancia do percurso. Mas, sem grandes dificuldades, com várias subidas mas, todas de curta distância. Neste dia comecei a sentir que o corpo estava começando a sentir as grandes distancias percorridas diariamente. Chegamos em Caldas dos Reis e fomos para o hotel Cruceiro,  http://www.hotelcruceiro.com/ que foi o único que não reservei pelo Booking.com.

Os hotéis em Caldas dos Reis são muito caros, porque a cidade  contem banhos termais, muito agradáveis. É uma cidade pequena, com apenas 10 mil habitantes, mas com lojas de griffes famosas, bons restaurantes, cafeterias e bares.


O hotel escolhido ficava em frente à um supermercado, que funciona 24 horas. Facilitou bem as comprinhas. Almoçamos em um restaurante bem bonitinho que continha muitos enfeites relacionamos ao caminho de santiago. Inclusive seus guardanapos eram com o mapinha do percurso.

De Caldas dos Reis em diante por estar mais próximo a Santiago de Compostela  irá ocorrer frequentemente de encontrar mais peregrinos,  já que  eles estarão em maior número. Mas, nada que atrapalhe o caminho. A cidade contem várias fontes termais desde a época dos celtas e romanos. Dizem que suas águas tem propriedades medicinais. Possui fontes termais públicas onde os peregrinos aproveitam para lavar os pés ou o corpo todo, com fontes bem quentes. Não fomos! Estávamos cansados e queríamos cumprir o percurso como programamos.

. Caldas dos Reis a Padron

Saímos do hotel O Cruceiro e atravessamos a ponte Romana de pedra  bem  cedo ás 6 da manhã. Vimos as indicações e seguimos tranquilos. Encontramos também  a marcação quilométrica de quanto faltava até Santiago de Compostela estava em 43kms. Portanto até Padron faltariam 21 km. A estrada inicia por um bosque, com caminhos largos, porem encontra-se subidas e grandes descidas por caminhos estreitos e cheios de pedregulhos.

Chegando a Pontecelcius, saiba que praticamente já estará na cidade de Padron. Pontecelcius a Padron são 2 km. A cidade de Padron tem grande importância no Caminho de Santiago, mesmo sendo bem pequena, menos de 10 mil habitantes.

A tradição diz que  chegou no ano de 44, o corpo do Apóstolo Santiago, transferido da Palestina numa milagrosamente barca de pedra, a “Pedron”.  A igreja de Santiago de Padrón, guarda a “Pedrón”, onde segundo dizem, os amigos de San Tiago, trouxeram seu corpo que havia sido decapitado na Palestina, nesta barca de pedra e foram transportados para a Galícia protegidos pelos anjos. Chegando aqui enterraram seu corpo em um campo, que depois de um tempo um camponês encontrou sua sepultura através de um sinal. Uma chuva de estrelas, onde seguindo as luzes encontrou o túmulo. Daí o nome de Compostela, que quer dizer Campo de Estrelas.

A cidade de Padron é cheia de lojinhas modernas e tem um centro histórico bem bonito, do lado de um rio. Esse rio é bem interessante, pois ele muda conforme a maré. Chegamos e nos dirigimos ao Hotel Rosalia, que já havíamos feito as reservas pelo Booking.com. No caminho ao hotel passamos pelo Jardim Botânico da cidade, que é bem bonito com várias árvores exóticas. http://www.hotelrosalia.es/


O hotel Rosalia, fica em frente a estação ferroviária da cidade e próxima da saída para o caminho. O Caminho Português destila história por todas as aldeias, vilas e paragens que atravessamos, Padron é um deles. A cidade em muito lembra San Tiago. Diz a tradição que ele evangelizou na região. Mas, isso não foi comprovado e os estudiosos alegam que ele nunca pisou na Galícia. Tem até uma linha de pesquisadores que alegam que quem está enterrado em Santiago de Compostela é San Patrick. Pelo sim, pelo não, nosso objetivo não era esse!


Fomos para o hotel, tomamos banho e voltamos para o centrinho da cidade, que já era quase no horário da “siesta”. A comida em Padron é maravilhosa. Comemos bem e a preço justo. Na cidade  oferecem o cardápio para peregrino, que está incluso, prato principal, água ou vinho, salada e  sobremesa. A sobremesa é a torta de Santiago, que é famosa na região e muito deliciosa. Comemos em um restaurante em frente ao rio,  onde as paredes eram de pedras e os clientes deixam uma moedinha na parede.


Em Padron encontramos uma outra rota a Rota Rosaliana, que é a jornada feita pelos lugares que a poetisa Rosalía de Castro, famosa na Galicia, fez durante sua vida.  Do lado do hotel tem um museu sobre a vida da poetisa.

Depois de descansarmos, voltamos para o centro da cidade para  fazermos as nossas comprinhas para o dia seguinte. A estação ferroviária de Padron é bem movimentada e do hotel ficamos observando como os habitantes fazem uso da mesma. Muitos chegam de carro, estacionam e seguem de trem. Uma praticidade incrível. No outro dia saímos bem cedo, com alguns peregrinos solitários. Do hotel, seguimos pelos trilhos até as indicações do Caminho e lá fomos nós para o último dia de caminhada.

Um detalhe que me chamou a atenção no Caminho foi o cuidado com os pequenos cemitérios que encontramos no percurso. A colocação dos túmulos também é bem diferente, um em cima do outro. Em alguns vimos senhoras com mais de 80 anos limpando e colocando flores. As casas do caminho também são boas e com belas portas, qualquer pedacinho de terra tem uma plantação e é tudo muito bem cuidado. Os moradores não costumam levantar cedo. O movimento de habitantes na região só começa depois das 9:00 da manhã.

  • Padron a Santiago

Ultimo percurso!!  Tranquilo até os últimos 5 km que são próximos a Santiago com fortes trechos de subidas e pouco sinalizado. Dentro da cidade quase impossível chegar pelas indicações se bem que é só seguir reto. A primeira vista da torre é uma alegria e tanto!!

A chegada é surreal!! Chegamos em um domingo e a praça estava lotada, gente do mundo inteiro. Afinal, na praça da Igreja, a Praça do Obradoiro  é por onde todos chegam, não importa o Caminho escolhido ou se foi a pé, de bicicleta ou a cavalo. Todos chegam ali. A alegria é enorme de todos. Gente do mundo inteiro. Sensacional!!!

A sensação de dever cumprido é enorme! Uma realização pessoal e intransferível, ficará para sempre em nossa memória. Faltando 200 metros para chegar na praça, estourou uma bolha que tomava a parte interna de um dos meus dedinhos do pé. Tirei o tênis e cheguei de sandálias. O tênis levei para jogar na igreja. Em Finisterre, os peregrinos costumam queimar os calçados quando terminam a jornada.

Fomos diretamente para o Centro Internacional de Acolhimento ao Peregrino. Depois de uma pequena fila, um senhor olhou todos os carimbos do passaporte e nos entregou a Compostela, uma para cada um, escrita em letras medievais. Linda!! Daí compramos um canudo que uma senhora fica vendendo para quem quiser acondicionar melhor o diploma. De lá seguimos para a igreja. No domingo é dia da missa do peregrino. Pelo menos na época que a gente foi.  Dizem que o dia muda conforme as necessidades da igreja.  Confira aqui os horários neste site: http://catedraldesantiago.es/es/botafumeiro  A igreja fica lotada, principalmente para assistir a cerimônia com o Botafumeiro.

Segundo a tradição, o uso do incensário na catedral remonta ao século XI, tendo como objetivo perfumar a igreja e eliminar o mau cheiro que deixavam os peregrinos, suados e sujos, muitos deles doentes de dentro da igreja. Não dura muito tempo, menos de 5 minutos, precisa de 8 homens para fazer com  que o botafumeiro balance pela igreja.

Se quiser contratar uma agência para assessorá-lo entre em contato através deste site: https://www.caminhoportosantiago.com/travel-category/caminho-central/

 

Ficamos hospedados no Hostal Parrilada O Patron  o site é: https://www.hostalparrilladaopatron.com/  localizado  bem pertinho da praça e muito fácil de andar pela cidade. Depois de ficarmos um pouco na praça e vermos o vai e vem dos turistas e peregrinos, fomos para o hotel, tomamos banho e fomos almoçar em um dos bons restaurantes da região da praça. Voltamos para o hotel, descansamos e  fomos para a praça novamente e a alguns lugares turísticos da região. A praça estava vazia, completamente diferente de quando chegamos. No outro dia já iríamos partir no final da tarde para Madri, sairíamos de trem e a estação ferroviária não era distante, fomos a pé. De Madri seguimos para Barcelona. https://andiamoblogviagens.com.br/barcelona-espanha/

 

O QUE LEVAR

O que levar na mochila foi uma preocupação. Ficar com um uma mochila nas costas por vários dias, teria que ser o mais leve possível. Como iríamos no final de junho, já seria mais fácil, pois basta um blusa de frio. Não iríamos ter problemas com chuvas. Mas, mesmo assim para garantir levamos capa de chuva. Camisetas de tecidos leves 4 e fáceis de lavar, com secagem rápida, tipo dry fit, 3 roupas de baixo, 2 bermudas, 1 calça de malha, 2 meias, sandálias havaianas e produtos de higiene. Quando chegávamos no hotel, durante o banho já lavávamos as roupas e torcíamos na toalha. No outro dia já estavam secas e prontas para guardar na mochila, chapéu, óculos de sol e máquina fotográfica.

QUANDO IR

Fuja do inverno, esta época é muito castigante e pode-se enfrentar sérios problemas. Dizem que a melhor época é mesmo na primavera, o clima está fresquinho, mas tem o inconveniente das chuvas. Fui no verão, no final de junho e valeu muito a pena. Como andávamos pela manhã o calor não foi problema.  Aliás, pela manhã é bem fresquinho e o melhor, não tivemos problemas com chuvas. Chuva no caminho é problema, pois pode molhar sua bagagem, o tênis, meia e com isso pode causar bolhas.
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SINALIZAÇÃO

 A sinalização mais tradicional que se encontra ao longo do Caminho Português à Santiago é a famosa seta amarela. Simples e fáceis de serem visualizadas, as setas amarelas são colocadas em árvores, no pavimento, em postes, paredes, etc. Chega a ser divertido procurá-las enquanto se caminha. Além das setas há várias placas e as imagens da Vieira, sinalizando a direção a tomar. Marcos em pedra também indicam a distância que falta para chegar em Santiago, o que ajuda a situar o caminhante em relação ao trecho e a administrar o ritmo

HOSPEDAGEM

Muitos ficam hospedados em Albergues, que são casas grandes, mosteiros, conventos e até corporação dos bombeiros. Optei por ficar em hotéis. Em agencia de viagem não é fácil organizar os hotéis, pois as cidades são próximas e a agente não entendia o esquema. Resolvi fazer tudo sozinha pelo Booking e deu tudo certo. Procure reservar hotéis que ficam na parte central. Afinal fazer o Caminho não é só andar e é bom aproveitar a ocasião para conhecer um pouco das cidades. Elas são pequenas e muito charmosas. Andávamos pela manhã até quase a hora do almoço. Quando chegávamos na cidade tomávamos banho e íamos almoçar, depois fazíamos a “siesta” e às  5 horas da tarde aproveitávamos para conhecer a cidade. Horário que todos saem às ruas para fazer suas compras, sentar nas praças e bater um bom papo.



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8 comentários em “CAMINHO DE SANTIAGO PORTUGUÊS – Espanha”

  1. I simply want to say I’m new to blogs and truly liked you’re blog. Probably I’m likely to bookmark your site . You amazingly have very good posts. Thank you for sharing with us your blog.

  2. É possível dormir entre as cidades maiores no fim do caminho de Santiago?
    Entre Redondela, Pontevedra, Caldas de Rei e Padron?
    Gostaria de decidir no dia se paro pra dormir ou se continuo?
    consigo dormir em qualquer ponto do caminho ou só nessas cidades?
    Obrigada!

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