BUENOLÂNDIA, O MARCO ZERO DE GOIÁS

Olá Viajantes,

Buenolândia, em meio à exploração de ouro há 300 anos, nascia o Arraial da Barra, primeiro nome e povoado de Goiás. Hoje  é um distrito da Cidade de Goiás, conhecido como “Marco Zero de Goiás”. 

Sua história está ligada ao retorno de Bartolomeu Bueno da Silva, o Moço,  ao território de Goiás, guiado pelas picadas, que tornaram o caminho mais fácil e transitável.

Em 1683, Bartolomeu Bueno da Silva, à frente de numerosa Bandeira, da qual fazia parte seu filho de igual nome com apenas 12 anos, chegou até o Rio das Mortes, seguindo o roteiro que Manuel Correia traçara em 1647.

Nessa viagem, Bueno se deteve longamente no local denominado Barra, na junção dos rios Vermelho e Bugre, onde encontrou um boa mina.  Foi nesse local que Bartolomeu usou a artimanha do prato de aguardente com fogo para impressionar os nativos, ameaçando fazer o mesmo com seus rios.  Devido à esse fato, ganhou o apelido de Anhanguera, que quer dizer Diabo Velho. Na volta, levou ouro, além de grande número de nativos como cativos.

Ali erigiu e fundou, em 6 de julho de 1726, o povoado de Arraial da Barra, o primeiro do estado, composto por ranchos de palha e desprovido de construções mais sólidas, já que tinha caráter provisório.

Depois que foram descobertas as minas de Vila Boa, bem maiores, para ali se passaram quase todos os habitantes da Barra e levantaram o Arraial de Nossa Senhora de Sant’Anna.

 

Cerca de quarenta anos depois, Bartolomeu Bueno da Silva Filho foi incumbido, pelo Governo de São Paulo, de chefiar uma Bandeira de cem homens, com o fim de localizar o lugar onde estivera com seu pai. Tendo encontrado o aldeamento dos índios Guayases, ou Goiás e vestígios da roça cultivada pelo Anhanguera, seu pai.

E fundou, em 1726, o Arraial da Barra, hoje Buenolândia. Bueno Filho dava vida ao seu desejo de fixar residência nas terras que ficariam sob sua guarda, o que de fato aconteceu, com as terras goianas embalando até hoje seus restos mortais.

No ano seguinte, fundou os de Ouro Fino, Ferreiro e Santana. Este último deu origem à atual cidade de Goiás, que foi sede administrativa da Capitania e do estado de Goiás de 1744 a 1937, quando a capital estadual foi transferida para Goiânia.

À sede municipal coube foros de cidade, e o topônimo do município foi simplificado para Goiás por lei de 17 de setembro de 1818. Depois de uma série de desmembramentos para formação de novos municípios, chegou-se a oito distritos: Goiás (sede), Buenolândia, Caiçara, Davinópolis, Itaiú, Jeroaquara, Mozarlândia e Uvá, além de oito povoados. A cidade é bem pequena e facilmente percorrida em 15 minutos à pé.

A escola da cidade fica bem no centro da pequena cidade, Escola Municipal Terezinha de Jesus Rocha, lfoi inaugurada em 1999. A escola inicialmente oferecia aulas multisseriadas, onde alunos de várias séries estudavam na mesma sala. O nome da escola é um homenagem à uma professora que alfabetizava alunos, e tinha apenas o quarto ano primário.

Além de pretender descobrir e extrair ouro, ele erigiu ali a primeira “casa de oração” hoje o ponto principal da cidade, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Nos finais de semana alguns turistas que gostam de desfrutar da natureza e conhecer um pouco da história de Goiás, se aventuram de moto, bicicleta ou carro e curtem o sossego da cidadezinha.

Buenolândia está localizada a 182 km de Goiânia e a 31 da Cidade de Goiás. Não tem como chegar de outra forma a não ser de carro. São 13 km de estrada de chão. Felizmente, em bom estado.

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Assim que chegamos  nos deparamos com uma placa muito interessante. O número 0 da Rua Buenolândia. Número 0 no Marco Zero.

Para chegar até a cidade passamos pela ponte no Rio Vermelho, onde várias pessoas se deliciavam nas águas límpidas do rio. A ponte é recente, foi construída pela prefeitura com o  apoio dos moradores. Imagino como estavam ansiosos pela inauguração.

A cidade se resume a uma praça, com um coreto muito antigo, construído de madeira, algumas ruas e casas simples. As pessoas são receptivas e é possível conversar com seus moradores. Nos informaram que do lado da igreja moram os moradores mais antigos.

Procuramos pela  antiga casa de Bartolomeu Bueno da Silva, dizem que já não existe mais. Provavelmente destruída para em seu lugar construir um frigorífico.

As ruas são calçadas e relativamente largas. Minha internet não funcionou, no entanto um wifi na rua funcionou muito bem. As casas são bem cuidadas e antigas. No entanto, acho que deveria ter mais informações quanto à cidade e ao o que ela significa. Não vi nada relacionado ao “Marco Zero de Goiás.

Existem duas estradas que levam a Buenolândia saindo da Cidade de Goiás. As duas são mais ou menos a mesma distância de estrada de terra. Portanto, na volta achamos melhor voltar pela mesma que nos levou até lá.

O QUE FAZER EM BUENOLÂNDIA

Não se tem muito o que fazer na cidade a não ser conhecer a praça da igreja, andar por suas ruas, conversar com os habitantes, comer uma comida deliciosa e caseira na lanchonete que tem na cidade e tomar um banho no Rio Vermelho. Sim! Vale a pena conhecer a cidade.

QUANDO IR A BUENOLÂNDIA

Evite os meses de chuva. A estrada de terra não é ruim. Mas, imagino que em dias chuvosos deve ser mais problemático.