FAZENDA BABILÔNIA – Goiás

Olá Viajantes,

Construída por escravos em fins do século XVIII, a Fazenda Babilônia possui imenso valor histórico. Preservada durante séculos e tombada como Patrimônio Nacional, ainda conserva o enorme casarão colonial sustentado por grossas vigas de madeiras e paredes de taipa e rodeado por muros de pedras.

O acesso à Fazenda Babilônia é bem fácil e não há grandes estradas de terra a serem percorridas. Basta pegar a GO-431 e entrar à direita na placa indicativa da fazenda. O percurso, a partir do Centro de Pirenópolis, tem 28 km.

Esta edificação, de porte majestoso, é sustentada por grossos esteios e vigas de madeiras, com paredes de adobe e pau-a-pique.  Algumas destas madeiras chegam a medir 2 palmos de largura e atravessam vãos livres de cerca de 15 metros. O enorme telhado, cobertos com telhas-coxas, é composto de caibros rolíços de cerca de 20 cm de diâmetro, muito próximos uns dos outros.

Todo este madeirame é unido por encaixes precisos e cavilhas de madeiras. Os pregos usados, principalmente nos assoalhos, são pregos quadrados, feitos manualmente em bigornas, e até as dobradiças das portas são em madeiras. A casa segue um padrão conhecido como arquitetura colonial paulista, pois era comum durante o século XIX, as fazendas paulistas construírem casas deste estilo, que permitia ao senhor vigiar e controlar toda a fazenda de alguns poucos lugares estratégicos da casa.

Suas construções, totalmente preservadas, proporcionam um dos mais reconhecidos roteiros de turismo temático da região. Logo na entrada da fazenda, o cenário com muros de pedras, construídos pelos escravos, já fornecem uma amostra da grandiosidade de toda sua historia.

Em seu interior toda estrutura da edificação está fielmente preservada. São várias salas com objetos e utensílios da época, distribuídos harmonicamente. Neste ambiente, cercado pela magia do tempo, está a encantadora capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição.

Trata-se de um delicioso salto no tempo, diretamente para o Ciclo do Ouro em um Goiás que já não existe. Construída em fins do século XVIII, a Fazenda Babilônia é tombada pelo IPHAN como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em fins do Século XVIII, mais precisamente em 1795, chega a Meia Ponte o senhor Joaquim Alves de Oliveira. Homem culto, nascido em 1770, em Pilar de Goiás, educou-se junto aos padres jesuítas em São Paulo e desde moço mostrou excelentes dotes para o comércio, fazendo fortuna no Rio de Janeiro.

 

Com a decadência das minas de ouro, o senhor Joaquim Alves de Oliveira iniciou a ousada empreita de construir o Engenho São Joaquim,  primeiro nome da Fazenda Babilônia. Após o ano de 1800 o Engenho São Joaquim já era considerado como a maior empresa agrícola do Estado de Goiás.

Na fazenda, além da cana de açúcar, plantava-se em escala industrial mandioca e algodão para a produção da farinha e fios de algodão para exportação. A Inglaterra, em plena Revolução Industrial,  comprava toda a produção de algodão goiano. A produção desta fazenda era tão intensa que contava com cerca de 200 escravos, sendo 120 homens para o trabalho e 80 mulheres e crianças.

A renda do comendador era muitas vezes superior à renda da província. Comandante liberal, patriota e humanitário,  editou o primeiro jornal do Centro Oeste, que circulou de 1830 a 1835, montou a primeira biblioteca de Goiás e trouxe professor para a educação da população.

Foi dele a iniciativa de promover a agricultura na província goiana, num momento de decadência da mineração em toda a capitania de Goiás. Apesar disso tudo não deixou nada que mostre como era seu rosto.

Porém sua decadência iniciou-se mesmo antes da morte do Comendador, desiludido pela perda da esposa e filhos, e pela desonra da filha. D. Rosa, esposa do Comendador Joaquim Alves, morreu assassinada com um tiro no peito na fazenda por um capataz, amante de sua filha, por ocasião de um flagrante da mãe no ato ilícito da filha.

Pouco a pouco foi se desinteressando pelos negócios e, em 1851, com avançados 81 anos, faleceu. Como não deixou herdeiros, apesar de ter tido três filhos, legou o Engenho São Joaquim, por testamento, ao seu braço-direito, seu genro e Sargento-mor Joaquim da Costa Teixeira.

Das construções e opulência da época do Comendador, muito se perdeu. Sem a presença do Comendador, o comércio decaiu e a fazenda diminuiu sua produção. Até que, em 1864, Joaquim da Costa Teixeira vendeu-a para o Padre Simeão Estelita Lopes Zedes, bisavô da atual proprietária, Dona Telma Lopes Machado.

Padre Simeão comprou, em 1864, parte da Fazenda, e encontrando lá, nesta ocasião, uma grande quantidade de agregados e escravos, achou que aquilo mais se assemelhava à Babilônia e desde então passou a chamar de Fazenda Babilônia.

O tempo cumpriu seu papel e desfez a senzala e oficinas, muros e estábulos, sobrando, por determinação da família, o belo casarão, sede da fazenda, com a casa, capela, varanda e o pátio do antigo engenho abrigados por um vasto telhado de duas águas de grandes telhas de barro. Devido a histórica importância a casa e suas dependências foram tombadas em 1965, inscritas no Livro de Belas Artes, nº 480 de 26/04/1965.

Hoje, a fazenda, além de trabalhar com pecuária, mantém o belo casarão, que preserva ainda cerca de 80% de sua originalidade. O casarão de grossas madeiras expostas, a capela, um pequeno museu de objetos antigos, sua história e o fabuloso e nutritivo café colonial, fazem da Fazenda babilônia a mais representativa fazenda histórica de Goiás.

O resgate que a Fazenda babilônia oferece não se resume somente ao patrimônio e história, aos finais de semana e feriados na extensa mesa acompanhada de uma bela vista da fazenda, é servido uma fartíssima refeição composta de mais de 40 itens, o Café Sertanejo da Fazenda Babilônia. Feito com produtos da própria fazenda o café resgata receitas antigas, típicas de um Goiás rural e antigo. 

E tudo isso regado a suco de frutas da época e típicas da região, caldo de cana, leite e café. Para que os visitantes usufruam de uma gastronomia única, todo preparo busca a máxima fidelidade àquela época em que as distâncias eram medidas com queijo e rapadura, e a fartura na mesa era regada a uma boa e alegre prosa.

Vale lembrar que todos os pratos são preparados no momento da chegada à fazenda, garantindo assim o sabor e a qualidade de todos os itens.

Fazenda Babilônia

Endereço: GO 431 – Km 3 – Pirenópolis – Goiás – Brasil

Telefones: 62.9294-1805 | 9291-1511

Email: contato@fazendababilonia.com.br

Facebook: https://www.facebook.com/FazendaBabilonia

Fora de alta temporada a Fazenda Babilônia funciona apenas aos sábados, domingos e feriados, de 9h às 16h. Entre em contato com a propriedade para ter certeza se haverá brunch no dia da visita. O custo da visita à Fazenda Babilônia é R$ 22 e o brunch com a visita sai por R$ 78. Reservas são altamente recomendadas para o brunch, que não é servido todos os dias e depende de número mínimo de pessoas.

Pirenópolis  tem uma rede hoteleira variada, possui hospedagens para todos os gostos e bolsos e está bem próximo à Fazenda Babilônia.  Os hotéis estão por várias regiões da cidade. O ideal é ficar próximo ao centro e poder andar a pé pela cidade.

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4 comentários em “FAZENDA BABILÔNIA – Goiás”

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