OLHOS D’ÁGUA – Goiás

Olá Viajantes,

Quem quer sossego,  fazer algo diferente e curtir um dia agradável é uma boa opção um bate e volta de Goiânia ou Brasília à esse pequeno vilarejo.

Localizado a 123 km de Brasília e a 15 km de Alexânia, com vias pavimentadas, o vilarejo é distrito de Alexânia. Iniciou através de um promessa religiosa. Uma devota de Santo Antônio de Pádua construiu uma capela em homenagem ao santo, com isso as casas ao redor foram aumentando e loteamentos foram doados. Surgindo daí Olhos D’Águas.

A cidade gira em torno da praça principal, Praça Santo Antônio, tinha que ser né!! Ao seu redor estão as casas antigas e coloridas, com suas janelas e telhados no estilo de outras construções de cidades antigas de Goiás, como Corumbá e Pirenópolis.

Isso ocorre porque no início Olhos D’Água pertencia a  Corumbá, que na época estava no auge e os mestres da construção de Corumbá tiveram grande influencia na arquitetura local.

Assim que chegamos estacionamos o carro na praça principal e fomos conhecer a cidade à pé, que com certeza é a melhor forma. Nos deparamos com esse charmoso casarão em estilo colonial e com algumas bandeiras na porta. Que charme! é a subprefeitura de Olhos D’Água.

A Praça Santo Antônio é uma graça!! A igreja é linda e bem conservada, com  um crucifixo de madeira em frente, com várias árvores e um grande gramado. As casas ficam ao redor da praça, todas coloridas. Em sua maioria são utilizadas como residência, restaurante e bares.

Ah! Olha só que interessante. Estudos feitos pelo historiador Paulo Bertran e registrado no livro “História do homem do Planalto Central” mostraram que a linha de Tordesilhas passa no meio da praça de Olhos D’água.  Linha essa que separava o continente americano entre os domínios portugueses e espanhóis, isso durante um longo período entre 1498 e 1750.

Durante o Carnaval, existe um cabo de guerra na praça onde disputam os dois grupos: portugueses e espanhóis. Deve ser uma farra! Quem sabe no próximo ano retornaremos nessa época, com certeza será uma experiência e tanto.

Os anos se passaram e o vilarejo vivia com sua própria produção. Fazendo que ficasse praticamente isolado do resto do mundo. Proporcionando assim a possibilidade de manter suas origens até hoje. Depois de alguns anos virou reduto de hippie, posteriormente ficou conhecido pela Feira da Troca. Ela ocorre sempre no primeiro fim de semana de junho e dezembro.

Essa Feira da Troca é bem antiga. Está próxima de completar 100 edições. Acontecendo duas vezes ao ano. Surgiu da idéia de  uma professora da UnB, Laís Aderne, que se deparou com a pobreza dos moradores e com a ajuda de amigos juntou roupas e utensílios e em vez de doar propôs trocar. Quando ocorre a feira a cidade fica lotada. Hoje já não tem só trocas e sim vendas de produtos agrícolas e principalmente artesanatos.

Se você é do tipo que gosta de comida caipira está no lugar certo. No Quintal Doce da Lázara é possível encontrar uma comida típica goiana, feita e servida no fogão a lenha: frango caipira, pequi, carne de porco, quiabo, mandioca tudo orgânico e delicioso. Sobremesas de doces caseiros e tudo isso regado à uma boa cerveja artesanal ou uma pinga. E garanto tudo isso à preços justos.  Os restaurantes abrem em sua maioria nos finais de semanas e feriados.

Uma outra atração em Olhos D’Água é o Bar Museu. Um bar que é exatamente como iniciou, em  1937. Para tirar fotos por dentro tem que pagar uma taxa. Lá tem de tudo que você imaginar e muitas opções de pingas. Não provei. Mas, quem aprecia,  dizem ser muito boas.
A proprietária gosta muito de conversar e não tem pressa pra nada. Assim, como todos da cidade. São hospitaleiros e agradáveis. Aos domingos a praça fica cheia de motoqueiros vindos de Brasília e Goiânia. Um local e tanto para bater um papo e curtir o sossego da cidade. Outras atrações são as cachoeiras e um pesque-pague que fica próximo. Não fomos!

O artesanato de Olhos D’Água está por todo lado: bonecas, anjos e santos feitos de palha de milho são os mais conhecidos da região. O Alfajor de Goiás também é muito bem feito e dizem ser receita argentina. Os sabonetes do Cerrado, feitos artesanalmente são lindinhos e com aromas de flores e frutos do cerrado. http://www.sabonetebembrasileiro.negociol.com

ONDE SE HOSPEDAR EM OLHOS D’AGUA

A cidade não tem muitas opções de se hospedar e as que tem são bem simples. No total são cinco: três pousadas e 2 hotéis-fazenda. Muitas pessoas ficam em casas de família ou fazem um bate e volta, como foi o nosso caso.

Quem disse que Olhos D’Água não tem museu. Não é propriamente um museu é um Memorial. Infelizmente estava fechado.

Aos sábados e feriados, tem a feirinha ali na praça. Com muitos produtos orgânicos e comidas gostosas. Sem falar dos artesanatos. Outro evento que acontecia sempre nas sextas-feiras era o forró. Todo mundo dançava na praça. Devido a Pandemia, está suspenso. Mas, logo retorna com força total.

QUANDO VISITAR OLHOS D’ÁGUA

Em qualquer época do ano é possível visitar a cidade e curtir suas atrações. No entanto, durante a época de chuvas, fica mais complicado, já que o gostoso é andar pela praça. Outro inconveniente são as cachoeiras.

O QUE FAZER EM OLHOS D’ÁGUA

• Bar Museu
• Memorial
• Praça Santo Antônio
• Barzinhos
• Artesanatos
• Casas antigas
• Cachoeiras
• Pesque-pague Paraíso

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